Escola Básica e Secundária Dr. Jaime Magalhães Lima (Aveiro)
Escalão: Escalão 2 - Escolas do 2º e 3º Ciclo
Idade do(s) autor(es):
13 /14 anos
Digitalização da Ilustração:
Memória Descritiva:
Memória Descritiva | Trabalho Coletivo dos Alunos / Docente
Descrição e enquadramento
No âmbito da disciplina de Educação Visual, os alunos do 8ºano participaram no concurso ECOLABIRINTO | Desafio Faber-Castell 2024-2025, promovido pela ABAAE e pela Faber-Castell. O desafio consistia na criação de um labirinto subterrâneo, com ponto de partida numa árvore e chegada a uma mina de grafite, ilustrando de forma simbólica e criativa o percurso dos materiais naturais usados no fabrico do Ecolápis.
O projeto foi integrado no plano de trabalho da disciplina, articulando-se com os conteúdos programáticos e com os princípios da Educação Ambiental para a Sustentabilidade, permitindo aos alunos refletir sobre o ciclo de vida dos objetos, o impacto do consumo e a ligação entre a arte e o ambiente.
A proposta seguiu uma abordagem exploratória, colaborativa e centrada no aluno, valorizando o processo criativo e a expressão individual, com base na consciência ecológica.
Objetivos do projeto
A atividade teve como objetivos principais o desenvolvimento da consciência crítica sobre o consumo e desperdício de materiais, compreender o processo de extração do grafite e o ciclo de vida do lápis e a sensibilização para os impactos ambientais da produção de objetos de uso quotidiano. Promoveu-se, ainda, a criatividade, a expressão artística e a aplicação de técnicas de desenho e pintura em contexto educativo, desenvolver competências visuais: observação, composição, simbolismo e comunicação gráfica.
Metodologia de trabalho
A metodologia de trabalho baseou-se numa abordagem exploratória, ativa e colaborativa. O ponto de partida foi a participação dos alunos no Webinar “Oficina de Ilustração | Ecolabirinto”, seguindo-se:
1. Análise dos materiais pedagógicos (brochura e cartaz do Ecolápis);
2. Debate em turma sobre sustentabilidade, florestas plantadas e impacto ambiental dos materiais escolares;
3. Elaboração de esboços e planeamento visual do labirinto com enfoque na profundidade, percurso e transição visual;
4. Execução final com apoio técnico do professor e partilha de ideias entre os pares.
Materiais de desenho e pintura utilizados
Os trabalhos foram realizados em suporte A3 e aplicaram técnicas mistas, conjugando desenho e pintura, com recurso a lápis de cor, marcadores, aguarelas, guache, lápis de grafite e carvão. Os alunos exploraram técnicas mistas, conjugando texturas, profundidade e efeitos visuais, adaptando os materiais às intenções expressivas de cada trabalho.
Todos os trabalhos integraram os elementos obrigatórios definidos pelo regulamento do concurso: a personagem “Ecolápis”, uma ou mais árvores, uma pedra de grafite e elementos criativos adicionais, como raízes, estruturas subterrâneas ou fauna do solo.
Envolvimento dos alunos
O envolvimento dos alunos foi bastante positivo. Demonstraram empenho, criatividade e sensibilidade ecológica, evidenciando interesse pela proposta e pelo tema ambiental. O projeto fomentou a expressão individual e o pensamento simbólico, culminando em trabalhos originais e diversificados, que refletem a singularidade de cada aluno e o trabalho artístico desenvolvido em sala de aula, alinhado com os princípios do concurso.
Memória Descritiva | Trabalho individual
Elaborado pelo(a) autor(a) da ilustração: Francisco 8ºD
Título: Das raízes e das minas ao lápis que conhecemos
Para dar vida a esta ideia, recorri a uma folha de papel aguarela A3 (300g/m²), onde apliquei aguarelas em pastilha com pincéis de diferentes tamanhos. O estudo inicial foi construído com recurso a uma lapiseira, lápis de grafite, canetas de ponta fina e uma régua de alumínio, que me ajudou a definir os traços com mais rigor. Para corrigir ou suavizar detalhes, utilizei uma borracha branca e uma borracha pão, essenciais para preparar o papel antes da pintura. Cada material teve o seu papel neste processo, como se todos eles participassem ativamente no desenho de um caminho — tal como o próprio labirinto.
A ideia por trás desta pintura nasce de uma reflexão simples, mas profunda: de onde vem o lápis que usamos todos os dias? O traço leve que desenha ideias e sonhos tem uma origem invisível aos nossos olhos. Por isso, o meu objetivo foi representar visualmente esse percurso — desde as raízes das árvores até às minas onde a grafite é extraída, passando pelo transporte das matérias-primas e pelos processos de transformação que, com tempo e cuidado, dão origem ao objeto tão familiar que é o lápis.
Nesta obra, quis destacar o valor do tempo e dos recursos: um lápis não nasce de um instante, mas de um ciclo demorado que depende da natureza e do esforço humano. Este trabalho pretende transmitir uma mensagem de sustentabilidade e responsabilidade ecológica, recordando-nos de que cada objeto que usamos tem uma história e um impacto.
Na pintura, vemos uma árvore destacada num fundo difuso, como se emergisse de uma memória ou de um sonho. No subsolo, o Ecolápis surge animado, conduzindo um pequeno carrinho por entre os túneis de grafite. As paredes do labirinto foram pintadas com tons vibrantes, cheios de vida e movimento, para acentuar a energia e a mensagem que este projeto quer partilhar: há beleza e esforço por trás das coisas simples — e devemos cuidar delas.
Agradeço sinceramente a oportunidade de participar neste desafio. Este trabalho permitiu-me pensar com mais profundidade sobre os materiais que nos rodeiam e dar-lhes voz através da pintura.