ECOLABIRINTO | Desafio Faber-Castell | Trabalhos 2024-25

Escola Professor Artur Nunes Vidal (Águeda)

Escalão: Escalão 2 - Escolas do 2º e 3º Ciclo

Idade do(s) autor(es):
Salvador Batista de Almeida – 12 anos

Digitalização da Ilustração:

Memória Descritiva:
A ilustração apresentada no âmbito do desafio Ecolápis (criação de um labirinto subterrâneo) partiu da iniciativa voluntária do aluno Salvador Batista de Almeida, da turma M do 7.º ano de escolaridade, em sequência da apresentação do projeto pela docente de Geografia e coordenadora do projeto Eco-Escolas na Escola Básica Professor Artur Nunes Vidal, Fermentelos.
Numa fase inicial, o aluno procedeu à exploração, pesquisa e tomada de conhecimento do ciclo de vida do Ecolápis através do material disponibilizado pela Faber-Castell, assim como do processo de extração da grafite. Procurando dar cumprimento a objetivos pedagógicos e sustentáveis, cidadania e educação ambiental, o autor idealizou uma composição gráfica equilibrada que transmitisse uma mensagem forte em todos os seus detalhes de desenho e técnica.
Este trabalho nasce da vontade de contar uma história visual onde a natureza, o gesto humano e o conhecimento se cruzam num percurso subterrâneo e simbólico. A árvore, ponto de partida, surge como um ser generoso que, em vez de frutos, dá lápis coloridos, representando a capacidade infinita da natureza de fornecer recursos para a criatividade e o saber.
No céu, uma borboleta delicada dança suavemente no canto superior esquerdo. A sua presença simboliza a efemeridade e a beleza da natureza, lembrando-nos da fragilidade dos ecossistemas e da importância de os preservar. Do outro lado, surge um pássaro de origami, transportado pela brisa, que representa a capacidade do ser humano de transformar — de criar, dobrar e moldar ideias, tal como se molda o papel. Este pássaro é também um mensageiro da harmonia entre tradição e inovação, entre natureza e cultura.
O Ecolápis antropomorfizado, com expressão amistosa e gesto acolhedor, convida-nos a descer aos caminhos subterrâneos, percorrendo o labirinto que simboliza a busca pelo essencial, pelo conhecimento escondido debaixo da superfície.
Ao centro, a mina de grafite, envolta por tons quentes e minerais, surge como o coração subterrâneo deste percurso. É o destino e a origem, o ponto onde a matéria bruta se transforma em possibilidade.
A linguagem plástica desta composição assenta na utilização expressiva da cor, linha, forma e textura, criando uma imagem dinâmica e vibrante.
A paleta de cores quentes e frias equilibra a harmonia entre o espaço natural e o mundo subterrâneo. Os verdes e azuis evocam a serenidade e a vida, enquanto os ocres e laranjas do subsolo sugerem calor, profundidade e mistério. Este contraste cromático conduz o olhar ao longo do labirinto e reforça a simbologia entre a superfície viva e o mundo mineral.
As linhas orgânicas das raízes e do labirinto estabelecem um ritmo visual fluido e contínuo, guiando o olhar do observador de forma intuitiva pelo percurso narrativo da composição.
As formas geométricas dos lápis e da mina de grafite contrastam com a fluidez natural das árvores e das raízes, criando um diálogo visual entre o humano e o natural, o construído e o espontâneo.
O uso dos lápis de cor aquarelável permitiu trabalhar áreas de cor saturada e outras mais lavadas, conferindo à imagem uma textura rica e variada, sugerindo a diferença entre a superfície viva e o subsolo mineral.
A estrutura vertical organiza-se em três planos narrativos: o plano celeste, o plano terrestre e o plano subterrâneo, reforçando a ideia de percurso e descoberta. Os elementos figurativos e decorativos foram equilibrados de forma a criar harmonia e clareza na leitura da imagem.
O trabalho foi realizado em papel de formato A3, na orientação vertical, utilizando lápis de cor aquarelável. A técnica permitiu combinar a precisão do traço com a suavidade dos apontamentos da aguarela, criando transições de cor suaves e vibrantes, adequadas para evocar a energia da natureza e o dinamismo da personagem do Ecolápis.
Este Ecolabirinto, muito mais do que um percurso gráfico, é um convite à consciência ambiental e à valorização dos pequenos gestos do quotidiano, como a escolha de um lápis ecológico. Uma metáfora visual que liga a natureza ao conhecimento e à criatividade, em harmonia com os valores da educação ambiental e da sustentabilidade.