Escola EB1 do Rossio de S. Brás (Évora)
Parceiros:
Neste desafio, contámos com a colaboração da Câmara Municipal de Évora, no que concerne ao fornecimento de tintas e pincéis, bem como da Junta de Freguesia, relativamente à limpeza e pintura das paredes a pintar.
Memória descritiva
Identificação do ecossistema e elementos do ecossistema presentes na pintura:
Os ecossistemas representados nas pinturas representam um tipo de ecossistema característico do sul de Portugal, onde coexistem formações de sobreiros e azinheiras, zonas agrícolas, cursos de água e uma biodiversidade rica e adaptada ao clima seco da região.
Os elementos do ecossistema presentes nas pinturas são:
Fauna:
-Andorinhas: Aves migratórias que fazem os seus ninhos nos beirais das casas alentejanas – símbolo da partida e da mudança. À semelhança destas aves, também os nossos alunos se preparam para “voar” do 1.º Ciclo rumo a novos desafios.
- Cegonha-branca (Ciconia ciconia): Ave migradora frequente no Alentejo, símbolo da região.
- Porco alentejano (Sus scrofa domesticus): Espécie domesticada que vive em liberdade nos montados, alimentando-se de bolotas.
- Peixe de rio (ex. Barbo-do-sul): Representa a fauna fluvial dos rios e ribeiras locais.
Flora:
-Flor de esteva (Cistus ladanifer): Arbusto nativo, muito comum em solos pobres e pedregosos.
- Papoila (Papaver rhoeas): Flor silvestre de cor vermelha viva, frequente em campos de cereais.
-Trigo (Triticum spp.): Cultura típica da região, integrada na paisagem agrícola.
Estes elementos formam um retrato simbólico da ligação entre natureza e atividade humana no Alentejo, refletindo a beleza e o equilíbrio dos seus ecossistemas.
Qual a razão da escolha desta imagem?
O Alentejo é uma região vasta e de contrastes marcantes, caracterizada por planícies onduladas, extensos campos agrícolas, O clima mediterrânico, de verões quentes e secos e invernos suaves, molda um ecossistema diversificado.
Nas zonas abertas, o céu é muitas vezes rasgado pela silhueta elegante da cegonha-branca, que constrói os seus ninhos no alto de chaminés ou postes. Estas aves são símbolo do equilíbrio entre a vida selvagem e o meio rural, alimentando-se de pequenos animais que encontram nos campos e charcos.
O porco alentejano, de pelagem escura e aspeto robusto, é um dos elementos mais emblemáticos do montado. Alimenta-se sobretudo de bolota, vivendo em harmonia com os sobreiros e azinheiras, árvores que sustentam este habitat tradicional e único. A sua presença é também essencial para a economia e cultura local.
Ao longo dos rios e ribeiras que cruzam a região, encontramos espécies autóctones como um peixe de água doce que habita as águas claras e correntes, convivendo com libélulas, rãs e uma vegetação ribeirinha exuberante.
A flora alentejana é igualmente rica. Os campos primaveris enchem-se de papoilas vermelhas, criando tapetes vivos entre as culturas de trigo que ondulam ao vento. Em solos mais pobres, surge a resistente esteva, arbusto de flor branca com aroma balsâmico.
Este ecossistema é um mosaico de vida e tradição, onde a natureza e a atividade humana coexistem há séculos num equilíbrio dinâmico.
Qual o processo de trabalho/dinâmica/metodologia que conduziu à elaboração do mural:
A criação do mural seguiu um processo dinâmico e colaborativo, orientados por etapas bem definidas que envolveram observação, investigação, planeamento e expressão artística:
1. Planeamento artístico: Em grupos, os alunos desenharam esboços e esquemas do mural, escolhendo como organizar os elementos no espaço, que cores utilizar, quais as proporções e qual a mensagem principal a transmitir. A ideia foi criar um painel que refletisse o equilíbrio entre natureza e atividade humana.
2. Execução coletiva do mural: A pintura foi realizada de forma cooperativa, com divisão de tarefas entre os alunos: contorno de figuras, aplicação de cores, preenchimento de fundo, detalhes da vegetação e animais.
3. Reflexão final e partilha com a comunidade escolar: Após a conclusão do mural, foi feita uma apresentação oral, aprendizagens adquiridas e a importância de valorizar o património natural alentejano.
A supervisão das docentes foi essencial, proporcionando não só o acompanhamento técnico, mas também o incentivo à exploração de outros animais migratórios e das razões que os levam a deslocar-se.
Todas as etapas foram registadas fotograficamente até à finalização do mural.
O resultado final agradou-nos pela sua simplicidade, harmonia com as vivências das turmas e pelo apelo visual das ilustrações, de fácil reconhecimento e identificação.
Qual a idade e forma como foram envolvidos os alunos?
O presente trabalho foi desenvolvido pelas turmas do 2.º C, 3ºB e 4ºB, da Escola Básica do Rossio de S. Brás, em Évora.
Os alunos envolvidos neste projeto, têm entre 7 e 11 anos.
A orientação deste projeto esteve a cargo das professoras titulares de turma, com o apoio das docentes de Artes Visuais.
A proposta de trabalho foi bem acolhida pelos alunos e os três ecossistemas a pintar foram selecionados e projetados pelas turmas, entre várias opções, como forma simbólica destes deixarem uma marca da sua passagem por esta escola, ao longo do 1º Ciclo.