Projeto “O Pinto Vai à Escola”
Público alvo: Alunos do Ensino Básico e Secundário
Duração: 1-1,5 mês
Entidades parceiras: SPREGA e Eco-Escolas
Responsáveis pelo desenvolvimento: Maria Inês Carolino e Elisa Morais (INIAV) e Virgínia Ribeiro (AMIBA)
O projeto “O Pinto vai à Escola” visa organizar e sistematizar a incubação de ovos de galinhas das 4 raças autóctones, durante o período de desenvolvimento do pinto (21 dias) em diversas escolas básicas/secundárias de Portugal. Com este projecto pretende-se:
1. Proporcionar aos alunos a oportunidade de adquirir uma experiência prática de produção animal, inserida nos temas interdisciplinares relacionadas com as Ciências Naturais, a abordar de forma a articular os conteúdos do ensino fundamental, tais como:
- 5º ano
- MEIO AMBIENTE
- DIVERSIDADE DE SERES VIVOS E SUAS INTERAÇÕES COM O MEIO
- UNIDADE NA DIVERSIDADE DE SERES VIVOS – (célula – unidade básica de vida)
- 6º ano:
- PROCESSOS VITAIS COMUNS AOS SERES VIVOS
- 8º ano
- TERRA – UM PLANETA COM VIDA (Sistema Terra: da célula à biodiversidade)
- SUSTENTABILIDADE NA TERRA (Ecossistemas e Gestão sustentável dos recursos)
- 9º ano:
- SISTEMA REPRODUTOR – comparação com o desenvolvimento do embrião humano in útero
- 10º ano:
- CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS E FUNCIONAIS DE DIFERENTES SISTEMAS DE TRANSPORTE (sistemas abertos e fechados)
- 11º ano:
- CICLO CELULAR e a sequência de acontecimentos que caracterizam mitose e citocinese em células animais e vegetais e interpretar gráficos da variação do teor de ADN durante o ciclo celular.
Importância da diversidade dos processos de reprodução e das características dos ciclos de vida no crescimento das populações, sua variabilidade e sobrevivência.
- CICLO CELULAR e a sequência de acontecimentos que caracterizam mitose e citocinese em células animais e vegetais e interpretar gráficos da variação do teor de ADN durante o ciclo celular.
- 12º ano:
- REPRODUÇÃO E PATRIMÓNIO GENÉTICO. RECURSOS NATURAIS E SUSTENTABILIDADE
2. Pretende-se ainda realçar a importância da sustentabilidade dos ecossistemas, nomeadamente a necessidade de preservar as raças autóctones, neste caso as raças de galinhas portuguesas, criando mais interesse pela produção animal
3. Este projecto assenta numa educação ética e moral sólida e dinâmica, permitindo aos alunos o contacto directo com os animais (pintos), essencial para uma boa estratégia de aprendizagem.
4. Pretende-se também aproveitar as experiências pessoais de cada aluno, dentro da área do projecto, de forma a estimular o trabalho em equipa, e o incentivo à inovação e diversidade.
Metodologia
A equipa do INIAV deslocar-se-á às escolas para breve formação sobre o projecto, bem como disponibilizará os meios necessários para a referida incubação. Será emprestada à escola uma incubadora para 20 ovos de galinha, criadeira, lâmpada de luz ou placa de aquecimento, cama e comida para os primeiros dias de vida dos pintos. O INIAV fornecerá também os ovos galados das 4 raças autóctones e todo a informação necessária para o decorrer do projecto. No final da incubação o INIAV recolherá os pintos nascidos, bem como a incubadora e todo o material anexo à mesma, emprestado à escola.
A escola terá uma professora responsável pelo desenvolvimento do projecto, que permitirá o envolvimento adequado dos alunos. No final do projecto a escola compromete-se a devolver ao INIAV todo o material emprestado nas devidas condições.
A finalização do Projeto ocorre alguns dias após o nascimento dos pintos.
Finalidade
Construir um Projeto Educativo para a escola com um alvo estratégico, uma visão de futuro, que realce a importância da variabilidade genética dos animais, assente na sustentabilidade social e ambiental, contribuindo para a difusão do conhecimento entre a comunidade científica e escolar, onde os alunos aprenderão interagindo com os animais.
raças autóctenes de galinhas de Portugal
(fonte http://autoctones.ruralbit.com/)
Contactos
Polo de Investigação da Fonte Boa,
2005-048 Vale de Santarém
Tel: 243 767 300
ines.carolino@iniav.pt | www.iniav.pt
AMIBA. Quinta do Penedo, Apart. 54
Lugar do Souto – Lanhas
4730-260 VILA VERDE
Telf.: (+351) 253 559 720
e-Mail: geral@amiba.pt
Sobre o Projeto
A apesar da reduzida dimensão do território Português, este possui uma grande variabilidade de raças das diferentes espécies pecuárias que, fazem parte integrante do património histórico e cultural do País, desempenhando também um importante papel na fixação das populações às diversas regiões, e na manifestações das distintas tradições sociais e culturais, bem como na conservação e equilíbrio do meio ambiente.
Embora a maioria das raças autóctones Portuguesas esteja oficialmente considerada em risco de extinção, representam um património genético animal de relevância indiscutível, tanto a nível nacional como internacional.
Em Portugal estão oficialmente reconhecidas 4 raças autóctones de galinhas: Preta Lusitânica, Amarela, Pedrês Portuguesa e Branca. Estas raças são caracterizadas pela sua riqueza genética, elevada rusticidade e invulgar beleza. As 4 raças autóctones existem em todo o País, mas em número reduzido (menos de duas mil fêmeas por raça criadas em linha pura), sendo, por isso, consideradas em risco de extinção.
Estas raças de galinhas são normalmente criadas em sistemas tradicionais de produção com os animais em liberdade, em capoeiras e/ou ao ar livre, alimentando-se de grão, erva, couves e outros produtos excedentários das explorações. Os animais podem escolher o que querem comer. São animais extremamente rústicos e de fácil criação.
Este tipo de produção avícola traz benefícios do ponto de vista da sustentabilidade social e ambiental. Exige reduzido consumo de água, e de medicamentos, e não causa problemas na emissão de efluentes, gases e odores, logo tem diminutos impactos ambientais. Desta forma, os agricultores têm ao seu dispor uma carne excelente e ovos de ótima qualidade, de carácter exclusivamente caseiro, a baixo custo de produção e com o melhor meio de prevenção dos impactos negativos no meio ambiente.
A redução do número de animais, não só galinhas mas das espécies pecuárias no seu geral, poderá levar ao abandono da atividade agrícola e à desertificação rural e, consequentemente a diversos problemas (de que os incêndios recentemente registados em Portugal são um exemplo).
Fatores como as alterações climáticas, aparecimento de doenças emergentes, alterações na procura do consumidor, têm impulsionado para o reaparecimento do sistema de produção tradicionais (amiga do ambiente), traduziram-se num importante incentivo para a conservação das raças autóctones e uma contribuição para a manutenção da biodiversidade genética, criação de novos nichos de mercado e dinamização para as economias locais.
O estado Português, mais concretamente o INIAV, em colaboração com a AMIBA (Associação de criadores de raças autóctones de âmbito nacional, que tem como objetivo a preservação, melhoramento, cria e comercialização deste tipo de animais) têm feito um esforço por conhecer mais e melhor estas raças de galinhas, de forma a contribuir para a conservação do património genético animal de Portugal. As raças autóctones de galinhas são determinantes para o equilíbrio dos ecossistemas, manutenção do meio rural, fomentando a biodiversidade e a conservação da paisagem rural Portuguesa.