Breve descrição
Ao considerar o início da IASD em Setúbal, temos de dar atenção aos membros mais antigos, ainda em vida, como é o caso de Cipriano Mendonça Baptista e de João Paulo Reya, descendentes de pioneiras desta igreja.
Igualmente importante é recordarmos o que o saudoso Pastor Ernesto Ferreira deixou registado no seu livro Arautos de Boas Novas, nas páginas 662 a 664.
Tudo começou no início da década de 20, do Século XX, entre 1923 e 1925, data em que 2 membros da igreja de Portalegre estiveram internadas no Sanatório do Outão, junto a Setúbal. Uma jovem, filha da irmã Ilda Botelho e uma Senhora ligada à família Raposo, de acordo com alguns testemunhos.
Estas duas filhas de Deus entenderam claramente a missão dos Cristãos e deram intenso testemunho da sua Fé. Como os internamentos naquele estabelecimento hospitalar (que marca presença de honra na história dos cuidados de saúde em Portugal, desde os tempos da Rainha D. Amélia) eram muito longos e abrangiam muitas crianças, havia uma professora destacada para lhes prestar apoio educativo e garantir a sua instrução. Essa professora era a D. Ana Temudo, que foi a primeira a crer no testemunho das nossas irmãs. Em seguimento, o Pastor Alberto Raposo visitou-a e deu-lhe estudos Bíblicos. Rapidamente, Ana Temudo testemunhou da Verdade à sua irmã D. Judite Calisto (sogra da irmã Luisa Calisto) e a uma amiga, D. Balbina Trindade (mãe de João Paulo Reya), ficando os estudos Bíblicos a cargo do irmão Lutero Simões e vindo Ana e Balbina a ser baptizadas em Lisboa, no dia 12 de Maio 1934 (estes foram os primeiros baptismos de membros de Setúbal), pelo Pastor António Dias Gomes. Ana Temudo (carinhosamente tratada por Aninhas), Balbina Trindade (sempre conhecida como Bina) e Judite Calisto, eram amigas de outras Senhoras, a quem deram a mensagem. Uma delas, a D. Maria Piedade Mendonça Baptista (Mãe de Cipriano Mendonça Baptista) e, depois, Idalina Rolita Pedro (Mãe de Liliana Baptista).
Nos primórdios, o pequeno grupo de irmãs reunia, com amigos e familiares, em casa da mãe da irmã Bina e eram membros da Igreja de Barreiro, até que, em 31 de Maio de 1942, foi inaugurada a primeira Igreja ASD de Setúbal, quando o Pastor Fernando Simões foi colocado em Setúbal. Esta Igreja localizava-se na rua Estêvão de Vasconcelos, nº 49, na baixa da cidade e contava já com 14 membros baptizados.
O crescimento da Igreja continuou por entre amigos e familiares, assim como junto de desconhecidos. Em 26 de Abril de 1947, em Lisboa (devido a falta de Baptistério em Setúbal), houve baptismos. Entre os candidatos constavam 2 jovens: Cipriano Mendonça Baptista e Liliana Rolita Pedro que, 6 anos depois, uniram-se em matrimónio (1953).
Em 1969 aconteceu um terramoto, no dia 28 de Fevereiro, que causou danos profundos no edifício da Igreja, o que obrigou a procurar rapidamente uma alternativa.
Provisoriamente a Igreja mudou-se para um 1º andar na Avenida 5 de Outubro, mas as condições eram más e a Igreja continuava a crescer.
Assim, chegou o dia 8 de Maio de 1971, data da inauguração do actual templo, na rua Latino Coelho nº 8. Era Pastor, o irmão Francisco Cordas.
Apoiou um grupo de membros em Évora (desde há anos já organizado como Igreja) e outro em Sines (actualmente a funcionar em Sto. André, ainda como Grupo) e apoiou a constituição da Igreja de Pinhal Novo, formada inicialmente com um núcleo de membros oriundos de Setúbal.
Mas, a Igreja queria continuar a crescer, pelo que aderiu à obra da Educação Adventista, tendo aberto um pequeno Colégio, nas suas próprias instalações. O CAS (Colégio Adventista de Setúbal) abriu as suas portas em Setembro de 1982, para o 1º ciclo do ensino básico, em Ensino Doméstico, tendo obtido autorização lectiva do Ministério da Educação em 1988. Foi ainda em Setembro de 1982, que começou a funcionar aquilo que viria a ser o Jardim de Infância Arco-Íris, que obteve acordo com a Segurança Social em Julho de 1987 e inaugurou um amplo edifício próprio em 11 de Maio de 2003. Em Setembro de 2012 foi iniciada a valência da Creche. Com capacidade para albergar cerca de 130 crianças, ao todo, estas instituições da IASD de Setúbal têm ampliado o trabalho de evangelização e são um importante promotor da integração de crianças não adventistas (mais de 80% dos alunos não são adventistas) nas actividades da Juventude Adventista (Rebentos, Tições e Desbravadores).
Sempre atenta às questões sociais, que tanto têm martirizado Setúbal, destacamos o trabalho da ASA / ADRA que socorre, desde há décadas, algumas dezenas de famílias carenciadas, a maioria não adventistas.
Actualmente, a IASD de Setúbal tem cerca de 300 membros inscritos.
Em conclusão, a vida da IASD de Setúbal tem deixado um registo notável no evangelismo pessoal, no evangelismo público e colectivo (até via satélite e pela Internet), na educação Cristã, na obra da Saúde, na solidariedade social e na cooperação com as Autoridades e Organizações (governamentais, ou não).
O desejo e a esperança conservam-se os mesmos desde os tempos da saudosa Aninhas: “Ora vem, Senhor Jesus!”
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