Escola Básica e Secundária Dr. Machado de Matos (Felgueiras)
Tema da Aula:
Enriquecer o conhecimento sobre a Geologia da região e divulgar o património geológico da região de Felgueiras.
Introdução:
a) Introdução
O tema a trabalhar será introduzido apresentando:
- o guião de campo;
- uma apresentação multimédia, com a síntese dos conceitos a abordar;
- a cartografia geológica da região.
Nesta introdução, o professor irá referir que existem poucos estudos de pormenor sobre a Geologia de Felgueiras e que os alunos farão o levantamento, quer das rochas, estruturas e geomorfologia do local onde a escola se insere.
Posto isto, o professor falará sobre as regras de segurança e a avaliação da aula e dos trabalhos a produzir.
b) Desenvolvimento – sequência de atividades; principais questões e ideias
Atividades a desenvolver:
- Levantamento da geologia de pormenor do local onde a escola se insere, tendo por base a cartografia 1/50000;
- Registo de evidências fotográficas sobre a geologia, estruturas associadas e aspetos geomorfológicos;
- Registo em papel, sobre aspetos relevantes a incluir nas diferentes paragens a realizar;
- Identificação das coordenadas GPS dos locais mais relevantes e sua inclusão no Google Maps;
- Levantamento do património edificado, que recorre às litologias da região.
As principais questões e ideias a reter com as atividades a realizar são:
• Quais os locais de referência a incluir numa futura visita de estudo/trabalho de campo?
• Que estruturas e aspetos geomorfológicos de relevo se podem encontrar?
• Como divulgar estes aspetos à comunidade escolar, pensando na elaboração de guiões de campo futuros para alunos e professores?
c) Conclusão – como pretende concluir
A conclusão dos trabalhos será realizada através da elaboração de numa síntese em grupo-turma, sobre os aspetos de campo analisados e estudados na visita e de que forma esta informação pode ser divulgada junto da comunidade.
Ano de Escolaridade:
11.ºano - Alunos com idades compreendidas entre 15 e 16 anos
Objetivos, conhecimentos e competências a atingir na aula:
Objetivos:
• Criar um ambiente de aproximação entre o mundo científico e não-científico, ou seja, aproximar a ciência da sociedade em geral;
• Despertar a curiosidade e a sensibilidade para assuntos relacionados com a Ciência e a Geologia, em particular;
• Contactar diretamente com o “Mundo Natural”;
• Desenvolver o espírito de observação através de atividades ao ar livre;
• Enriquecer o conhecimento sobre a Geologia da região.
• Divulgar o património geológico da região de Felgueiras.
Conhecimentos:
O local em estudo localiza-se no Concelho de Felgueiras, Distrito do Porto, nas freguesias de Pombeiro de Ribavizela e Vila Fria e Vizela (São Jorge).
O rio Vizela, o principal curso de água da área em estudo, encontra-se instalado quer em metassedimentos do Paleozoico (abrangendo na área idades entre pelo menos 542 até cerca de 390 milhões de anos – Ma.) quer em granitoides. Ao longo das margens dos rios são igualmente encontrados depósitos do Quaternário, nomeadamente aluviões (12 mil anos à atualidade) e depósitos de terraços fluviais depositados pelos rios ao longo da sua evolução (cerca 2 Ma. a 12 mil anos).
A maioria dos maciços de granitoides no NW peninsular pertence a dois grandes grupos:
– granitos de duas micas;
– granitos biotíticos com plagióclase cálcica.
Na área em estudo os granitoides são sin-D3, estando a sua implantação associada a uma convergência e colisão posterior de continentes, Laurentia e Báltica a noroeste e Gondwana a sudeste. Desta colisão resultou o fecho dos oceanos que os separavam. Este episódio da evolução do planeta Terra, denominado Orogenia Varisca na Península Ibérica, teve uma expressão a nível mundial, com a formação de cadeias montanhosas que se estenderam desde a Península Ibérica até à região da Boémia (República Checa/Polónia) na Europa. Estas cadeias montanhosas encontram-se igualmente no continente americano (Apalaches) e no Norte de África.
A colisão provocou um espessamento da crusta continental, o qual induziu uma fusão de parte da mesma, gerando-se um magma ácido que deu origem aos granitos de duas micas. Estes granitos instalaram-se quer no núcleo de grandes dobras que se formaram neste período quer em zonas de maior fragilidade da crusta (zonas de cisalhamento). Os granitos biotíticos têm uma origem mais profunda, resultando da mistura de magmas gerados na crusta e no manto superior, ascendendo e instalando-se em zonas de fraqueza profundas da crusta terrestre, de orientação geral NW-SE, dos quais os cisalhamentos de Vigo-Régua e o Sulco Carbonífero Dúrico-Beirão constituem.
A Orogenia Varisca associada ao choque de continentes está dividida em 3 períodos principais de deformação – D1, D2, D3 -, estando a maior parte dos granitos relacionados com esta última.
Na área em estudo podem-se estudar rochas magmáticas, como o Granodiorito de Felgueiras e rochas filonianas; rochas metamórficas pertencentes à Unidade de Vila Nune; assim como rochas sedimentares (rochas de cobertura), como aluviões e terraços fluviais do rio Vizela. Nesta área são ainda visíveis diversos aspetos geomorfológicos, não só associados às litologias, mas também à tectónica.
Competências:
Os conhecimentos atrás descritos encontram-se enquadrados nas Aprendizagens Essenciais de 11º Ano, para a disciplina de Biologia e Geologia, a saber:
• Explicar características litológicas e texturais de rochas sedimentares com base nas suas condições de génese.
• Caracterizar rochas detríticas, quimiogénicas e biogénicas balastro/conglomerado/brecha, areia/arenito, silte/siltito, argila/argilito, gesso, sal-gema, calcários, carvões), com base em tamanho, forma/origem de sedimentos, composição mineralógica/química.
• Identificar laboratorialmente rochas sedimentares em amostras de mão e/ou no campo em formações geológicas.
• Explicar texturas e composições mineralógicas de rochas magmáticas com base nas suas condições de génese.
• Classificar rochas magmáticas com base na composição química (teor de sílica), composição mineralógica (félsicos e máficos) e ambientes de consolidação.
• Caracterizar basalto, gabro, andesito, diorito, riolito e granito (cor, textura, composição mineralógica e química).
• Identificar laboratorialmente rochas magmáticas em amostras de mão e/ou no campo em formações geológicas.
• Interpretar situações de falha (normal/ inversa/ desligamento) salientando elementos de falha e tipo de
tensões associadas.
• Explicar texturas e composições mineralógicas de rochas metamórficas com base nas suas condições de génese.
• Relacionar fatores de metamorfismo com os tipos (regional e de contacto) e características texturais (presença ou ausência de foliação) e mineralógicas de rochas metamórficas.
• Caracterizar ardósia, micaxisto, gnaisse, mármore, quartzito e corneana (textura, composição mineralógica e química).Identificar laboratorialmente rochas metamórficas em amostras de mão e/ou no campo em formações geológicas.
Duração da aula:
150 min
Plano de Aula completo:
Registo Fotográfico da concretização do plano de aula: