Escola Profissional Gustave Eiffel (Entroncamento)
Escalão: Escalão 3 - Secundário, Profissional e Superior
Digitalização da Ilustração:
Memória Descritiva:
A ideia do projeto, teve como principal inspiração o imaginário do aluno, presente ainda nos dias de hoje, no seu sonho em poder ter uma casa na árvore.
Lá, tal como Cosme Chuvasco, das leituras de o Barão das árvores, também ele aos doze anos, sentindo-se incompreendido e até revoltado com os pais muitas vezes imaginou poder viver em cima das árvores. Presente no imaginário, dele desde a infância, o aluno foi transportando muitas das suas imagens na personificação do Ecolápis. Nesta casa, também o Ecolápis encontraria o seu abrigo dos seus sonhos e o lugar da sua individualidade.
Agora, sentindo-se o arquiteto este sonho, foi necessário um primeiro contacto com as diferentes estruturas naturais, existentes no recinto do nosso campus escolar, para que pudesse apreender as funções e organizações naturais de cada espécie de a árvore que iria servir de base ao projeto desta casa. Diferentes momentos de registos, desenhos destas árvores foram apurando diferentes interpretações e estéticas próprias alguns acasos em seus troncos e seus troncos, naturalmente outros seres tomam proveito.
Assim, foi assente numa espécie de eucalipto mais frequente em Portugal, o eucalipto-comum (Eucalyptus globulus) que começou a ser implantada a ideia de habitar na +arvore. Esta é uma árvore de folha perene, que pode elevar-se tão alto, tão alto, a mais de 70 metros, e é conhecida como uma árvore de crescimento rápido o que motivou, a ideia de poder construir-se uma sociedade dinâmica. À medida que outros sonhos de crianças fossem chegando, o Ecolápis poderia desenhar rapidamente outra árvore, onde pudesse ser alocada uma segunda “capsula/noz” (a casa), e todas essas crianças conseguiriam viver de forma segura a sua individualidade de forma segura.
Com um característico tronco longo e liso (em tons brancos e acastanhados) e um aroma que lembra menta, o eucalipto-comum não passa despercebido. Mas o que não passou despercebido foi mesmo as mil cores do “Eucalyptus deglupta”, conhecido como “Eucalipto arco-iris”, onde a coloração vistosa do seu tronco foi associado ao poder especial do Ecolápis nas mil cores que este podia fazer inundar o imaginário de qualquer criança, que sentindo-se insegura e sonhando por um abrigo e /ou refúgio, este rapidamente desenhava um estrutura colorida sobre a qual a criança desenvolveria de forma segura cada individualidade, cada diferença, cada medo de não pertencer. Nestas copas, o percurso far-se-ia sempre no topo. Também as abelhas e outros insetos, que procuram o abundante néctar das suas flores grandes e de cor esbranquiçada ou amarelada, que surgem entre setembro e outubro, até ao final da primavera, também por lá se abrigavam de outros invasores, nada temendo, pois, as mil cores, reduzia o stresse da árvore em caso de excesso de luz solar, nunca permitindo o seu avisionamento.
Foi ainda necessário pensar no espaço físico do lugar /abrigo que a casa deveria ter. Não sendo alado, assumindo a personificação do aluno, o Ecolápis teria de ter um elemento de apoio ao acesso vertical, para entrar nesta casa refúgio. Surgem então escadas em madeira adornadas aos troncos desembocando em diferentes casas. Estas, em forma esférica foi proposta por serem as formas mais orgânicas da natureza e não potenciando obstáculos a outros seres da natureza. A ideia, passaria mimetizada, como se do seu fruto, uma cápsula ou noz se tratasse.
Este projeto foi sendo desenvolvido, inicialmente com poucos registos de cor, muito lápis de grafite aguarela. Contactando com a magia da +arvore das mil cores, ilustração tirou partido dos Marcadores Pincel da Faber-Castell e dos lápis de cor Black Edition Cartão, sobre suporte papel 120gr formato A3.
Breve descrição dos elementos naturais escolhidos para a casa do Ecolápis e o porquê a sua escolha:
Assente, sobre esta árvore de mil cores, a(s) casa(s), assumem-se como cápsulas esféricas em aglomerado de cascas de eucalipto proveniente das mudas sazonais da colorida casca dos seus troncos, permitindo de modo mais eficaz o escoamento das águas da chuva, captadas pelas múltiplas e finas raízes. Ainda, a forma esférica permitirá uma maior ganho solar ao longo do dia, que associado ao brilho das mil cores, o Ecolápis desenha sempre sem necessidade de iluminação artificial. Por entre as folhas, que se distinguem-se por serem estreitas e pela sua disposição pendular (quase vertical), o que assegura menor resistência ao vento e maior segurança no percurso de acesso, desde o pé da árvore à casa onde as escadas helicoidais em madeira se adoçam.