Memória descritiva:
Memória descritiva - Recreios com Vida
Nos últimos tempos, tem-se assistido a um declínio do tempo e do espaço dedicados às brincadeiras, tanto em contextos familiares e comunitários como, em particular, no ambiente escolar e ao ar livre. Esta redução tem consequências diretas no desenvolvimento motor, cognitivo, emocional e social das crianças, independentemente da sua idade ou género.
Também se vem observando um aumento alarmante de perturbações mentais entre os mais novos, como ansiedade e um crescimento preocupante de doenças como a obesidade, diabetes e problemas cardíacos e respiratórios.
Brincar é uma atividade essencial na formação da identidade e no desenvolvimento equilibrado da criança. Através do jogo, especialmente dos jogos tradicionais e das brincadeiras ao ar livre, as crianças desenvolvem competências como a exploração motora, a criatividade, a imaginação, a autorregulação emocional e a capacidade de lidar com desafios e ultrapassar obstáculos.
De acordo com alguns estudos as crianças que participam regularmente em brincadeiras ao ar livre demonstram maior autonomia e capacidade de autorregulação. As crianças ao brincarem sentem-se felizes, interagem entre si, ao mesmo tempo que constroem um conhecimento de saberes populares, levando a uma aprendizagem mais prazerosa.
É neste sentido que a atividade Recreios com Vida e outras iniciativas lúdicas nas escolas do 1.º ciclo procuram promover a recuperação dos jogos tradicionais, criando oportunidades para que as crianças explorem, experimentem e se relacionem de forma saudável.
Num tempo marcado pela presença constante das tecnologias e das redes sociais, o recreio escolar surge como um espaço privilegiado – e, por vezes, único – de liberdade, movimento e interação genuína. Valorizar e revitalizar os jogos tradicionais no recreio é, por isso, um passo fundamental para devolver às crianças o direito de brincar e de crescer com saúde, alegria e equilíbrio.