Escola Secundária Dr. João de Araújo Correia (Peso da Régua)
Parceiros:
Clube de Ciência Viva na Escola
O projeto contou com o apoio da Autarquia do Peso da Régua que procedeu à preparação das paredes e forneceu todos os materiais necessários à concretização do mural.
Memória descritiva
Identificação do ecossistema e elementos do ecossistema presentes na pintura:
Segundo palavras da aluna autora do estudo “O estudo pretendia que se apresentasse um conjunto representativo de plantas e animais, desde plantas aquáticas, árvores, a mamíferos, aves, répteis, peixes, anfíbios, insetos e até moluscos. Um elemento enfático que surge na pintura a partir de um freixo (Fraxinus excelsior), é o próprio rio que abriga uma boa porção de espécies e é local de encontro e interação de muitas outras, por isso estão nele representadas a enguia (Anguilla anguilla), o cágado mediterrânico (Mauremys leprosa), a truta marisca (Salmo trutta), os mexilhões-de-rio (Margaritifera margaritifera) e os trevo-de-quatro-folhas (Marsilea quadrifolia). Nas margens do rio surgem plantas aquáticas como a Taboa (Typha latifolia) e animais como a rã ibérica (Rana iberica), a garça-real (Ardea cinerea) e a salamandra lusitânica (Chioglossa lusitanica), espécies que se desenvolvem em torno das zonas ribeirinhas. À semelhança destas, mas em maior destaque, uma lontra (Lutra lutra) encontra-se a descansar no cimo de uma rocha, e, num plano posterior, uma cena de caça onde se brinca com a proporção e protagonizada por um louva-a-deus (Mantis religiosa) e uma libélula-esmeralda (Oxygastra curtisii), atraída pelas águas do rio. Em seu redor detalhes de um amieiro (Alnus glutinosa) enquadram a cena. Por fim, em cima de um ramo de árvore, um guarda-rios (Alcedo atthis) observa a movimentação das águas que o cruzam. Todos estes elementos tornam esta pintura um retrato da vida terrestre e aquática do microcosmos ribeirinho.“
Salienta-se que as espécies Trevo-de-quatro-folhas (Marsilea quadrifolia) tem um estatuto de conservação classificado como em estado crítico e acentuada regressão e que segundo o ICFN atualmente apenas se encontra na foz do rio Corgo; O Mexilhão-de-rio (Margaritifera margaritífera) tem um estatuto de Em perigo; a Salamandra-lusitânica (Chioglossa lusitanica) é um endemismo ibérico com estatuto vulnerável e a Truta-marisca (Salmo trutta) se encontra Criticamente Em Perigo.
Qual a razão da escolha desta imagem?
Os estudos finais foram apresentados a uma comissão representativa composta pelos docentes do grupo de Artes Visuais, pela representante do Projeto Eco-escolas e pelos membros da Direção Escolar. Após deliberação foi selecionado o mural da autoria da aluna Joana Gouveia, considerando quer a sua qualidade estética quer a representatividade dos elementos do ecossistema ribeirinho apresentados.
Qual o processo de trabalho/dinâmica/metodologia que conduziu à elaboração do mural:
No âmbito do Projeto “Muros com Vida” foi proposta a criação de um mural no espaço escolar da Escola Secundária João de Araújo Correia, ao grupo de Artes Visuais, pela responsável do Programa Eco-escolas do Agrupamento.
O projeto foi desenvolvido pelos alunos da turma do 12º ano, nas disciplinas de Desenho A e Oficina de Artes, sob a orientação das docentes das disciplinas.
Após o enquadramento do âmbito, tema e objetivos do projeto, os alunos procederam à escolha do ecossistema a representar. A escola localiza-se no Peso da Régua, no vale do rio Douro e na proximidade do vale do rio Corgo, que é parte integrante da Rede Natura 2000 - Sítio Alvão/Marão. Para a criação do mural escolheu-se assim como base de trabalho os ecossistemas do vale do Douro e Corgo com ênfase, dada a sua importância, nos ecossistemas ribeirinhos dos dois rios.
Antes de se iniciar os estudos para o mural escolheu-se a sua localização no espaço da escola e, depois da análise das superfícies exteriores disponíveis, selecionou-se a portaria como uma área privilegiada para a intervenção, uma vez que a sua localização permite a visibilidade do projeto não só para a comunidade educativa, mas para toda a comunidade externa à escola.
Após recolha da informação necessária sobre os ecossistemas, realizada colaborativamente, deu-se início à fase de estudos para o mural. Os estudos foram realizados individualmente, tendo cada aluno selecionado as espécies florísticas e faunísticas (a partir de uma listagem prévia de espécies autóctones), os elementos da paisagem e as relações a representar. Os diversos estudos foram realizados numa base de trabalho à escala. Não foram apresentadas condicionantes à expressão artística, tendo os alunos liberdade para proceder às transformações gráficas e cromáticas de acordo com a sua interpretação do tema.
De referir que a execução deste projeto contou com bastantes condicionantes desde a forte exposição solar do local, ao número de horas disponíveis para a sua execução. Louva-se assim o esforço, a diligência e dedicação dos alunos na sua concretização.
As várias fases do projeto foram sendo divulgadas através das redes sociais do grupo de Artes Visuais (Instagram – Artes.na.Esjac e Facebook – Artes Esjac) e do Agrupamento e acompanhadas, quer digital quer presencialmente, com vivo interesse e aprovação por toda a comunidade educativa.
Qual a idade e forma como foram envolvidos os alunos?
.A execução do mural (desenho e pintura) esteve a cargo dos alunos do 12º ano (4 alunos), sob orientação das docentes e contando com o apoio pontual mas entusiástico dos restantes alunos de Artes Visuais do 10º e 11º ano (10 alunos). As suas idades estão compreendidas entre os 15 e 17 anos.