Muros Com Vida – Trabalhos 2024/2025

Escola Básica D. Dinis (Odivelas)

Fotografias

Fotografias do processo/pintura:

Totalidade da pintura:

vista do muro depois da intervenção

Fotografias de detalhes:

Parceiros:
Câmara Municipal de Odivelas

Memória descritiva

Identificação do ecossistema e elementos do ecossistema presentes na pintura:
Os ecossistemas presentes na pintura são os naturais terrestres e aquáticos do Rio Costa que atravessa o concelho de Odivelas, onde o Agrupamento/Escola se insere. Na pintura é representado o rio e as suas margens, onde se inclui a vegetação e vida animal. Foram representadas simbolicamente dezoito “espécies de bichinhos”, uma joaninha, borboletas, uma abelha, uma lagarta, uma minhoca, uma cobra, um caracol, um gafanhoto, um sapo, patos, um coelho, um peixe, um pássaro poupa, um papagaio, um sacarrabos ou mangusto, um ouriço, uma coruja e um morcego. Foram integrados, flores e troncos como continuação da grande “floreira” que o muro suporta, bem como as drenagens de água dos drenos da mesma, e que alimentam o rio (consciencialização do percurso da água).
Neste “muro com vida”, cada animal cumpre o seu papel nos ecossistemas, tal como a abelha, que assegura a polinização. Nem todas as formas de vida estão representadas, como por exemplo, os fungos e outros organismos camuflados que despoletam o crescimento do cogumelo, aqui presente, demonstrando um ambiente húmido e um solo rico em matéria orgânica, gerador de alimento para uma vasta fauna e flora.
Neste muro ”vivo”, a simbiose entre ecossistemas está presente, gerando dinamismo – O sapo pousa numa planta aquática (nenúfar) e aguarda um inseto; tal como o morcego à noite, a coruja aguarda na escuridão a sua dieta de “ratos” ou outros roedores…enfim, o ciclo da vida!

Qual a razão da escolha desta imagem?
A razão da escolha da imagem, com enfoque no Rio Costa (e suas margens) foi, não só por este ser um recurso natural local, que, pela sua proximidade, tem impacto numa comunidade que deve pugnar pela valorização e proteção dos seus ecossistemas. É fundamental sensibilizar para a prevenção do processo de degradação dos mesmos, com impacto na extinção de várias espécies. O rio costa foi recentemente objeto de requalificação na sua frente de parque urbano pelo Município.

Qual o processo de trabalho/dinâmica/metodologia que conduziu à elaboração do mural:
O arranque deste projeto teve alguns condicionalismos motivados pelo facto da Escola sede do Agrupamento estar em fase de obras de requalificação. Tornou-se necessário fazer uma reflexão sobre o local mais pertinente a intervir, ou seja, em que se verificou uma maior necessidade de intervenção face ao seu estado visível de degradação e à não previsão de obras de intervenção imediata. Deste modo, foi acolhida para implementar este projeto a Escola Básica Rainha Santa, integrante do Agrupamento, mais concretamente o muro de suporte da extensa floreira paralelo ao muro que a envolve.
O Clube Eco-Escolas procurou alertar a comunidade educativa através de ações de sensibilização para esta temática ambiental, envolvendo docentes das “ciências naturais” (José Correia e Vera Silva) a aprofundarem, com os alunos das turmas do 2º ciclo, o conhecimento dos ecossistemas locais aqui retratados. Daí resultaram estudos, em papel, que foram prosseguidos em atividade DAC (Domínio de Autonomia Curricular), envolvendo novas disciplinas: Educação Visual e Educação Tecnológica (docente Dina Rosa) e até DTA da turma E, lecionado pela docente Ana Brandão. Os alunos participantes na intervenção do muro incluíram alunos de 6ºano das turmas B e E, sendo esta última a que teve uma maior representatividade de alunos. Os estudos e desenhos foram muitos e, face à extensão do muro que se considerou pertinente intervir no seu formato prolongado de rio, optou-se por analisar e identificar primeiramente com os intervenientes, em trabalhos, os “elementos” mais predominantes e, por isso, retratados.
A equipa de intervenção foi limitada a dez alunos, uma vez que a deslocação entre escolas foi feita a pé, com a docente Dina Rosa que orientou a intervenção no local, em extra horário para a docente e para os alunos. A parede foi previamente preparada e durante três semanas ficou agendada uma intervenção semanal no período da manhã. Os desenhos foram feitos espontaneamente em cada sessão, com lápis de giz branco e de cor e posteriormente pintados. Foram considerados os estudos e desenhos indutores, previamente analisados, sendo que também foram consideradas sugestões pertinentes oriundas da comunidade educativa.
Foram usados vários materiais, como pincéis, trincha, rolo, esponja (para a técnica de esponjado), pano de limpeza e cartão para proteger o chão. As tintas de cor e os stencils foram fornecidos amavelmente pela Câmara Municipal de Odivelas, a quem muito agradecemos.
O estado do tempo foi irregular, na medida em que, nuns dias esteve muito sol, noutro choveu e tivemos cerca de uma hora e meia a aguardar para poder prosseguir.
Ficámos muito felizes com a intervenção neste espaço e, estamos cientes que, além de termos contribuído para a melhoria de um espaço escolar a céu aberto, frequentado por crianças e adultos, o tornámos num espaço com arte que, de forma lúdica e pedagógica, contribui para a formação de uma consciência ambiental em prol da sustentabilidade do planeta.
O feedback da população usufruidora do espaço foi de muito agrado!
(PS: Muito agradecemos a colaboração e o apoio da Docente Fernanda Silva!)

Qual a idade e forma como foram envolvidos os alunos?
A idade dos alunos variou entre os onze e os doze anos. Foram envolvidos pelo processo de trabalho/dinâmica/metodologia anteriormente descritos e intervieram por motivação própria, face à pertinência dos objetivos delineados.